
Determinantes da relação entre percepção do funcionamento do sistema urinário atrapalhar a vida e a qualidade de vida de longevos
Author(s) -
Luisa Braga Jorge,
Josemara de Paula Rocha,
Ângelo José Gonçalves Bós,
Rodolfo Herberto Schneider
Publication year - 2020
Publication title -
scientia medica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.158
H-Index - 7
eISSN - 1980-6108
pISSN - 1806-5562
DOI - 10.15448/1980-6108.2020.1.36769
Subject(s) - medicine , gerontology , humanities , philosophy
Objetivo: este estudo buscou avaliar a relação entre a percepção do funcionamento do sistema urinário atrapalhar a vida de modo geral com a análise do questionário Kings Health Questionnaire (KHQ) em longevos.Métodos: estudo transversal e analítico. Foram investigadas características sociodemográficas e clínicas, bem como, o impacto da incontinência urinária (IU) na Qualidade de vida (QV) pelo instrumento KHQ. Frequências, médias e desvio-padrão, testes de qui-quadrado, t de student e regressões logísticas foram calculadas, aceitando como significativos valores de p<0,05.Resultados: participaram 82 longevos, 68% mulheres, idade média de 92,3±2,7 anos, 71% incontinentes e 43% referindo que a funcionalidade pélvica atrapalhava a vida. Indivíduos incontinentes relataram mais frequentemente a queixa investigada. Os domínios, impacto da IU, emoções, limitação físico-social, limitação no desempenho de tarefas do KHQ e seu escore total foram relacionados com a queixa. Indivíduos que relataram limitação de tarefas fora de casa, em viagens, vontade forte de urinar e difícil de controlar, sentimento de depressão e ansiedade ou nervosismo tinham aumento significativo na chance de relatar que a funcionalidade pélvica atrapalhava a vida.Conclusão: o KHQ foi relacionado com a chance de relato de que o funcionamento do sistema urinário atrapalhava a vida. Mesmo assim, boa parte dos incontinentes não relatava que a condição atrapalhava a vida. Por isso, os resultados demonstram que mesmo na ausência de afirmação positiva de ausência de IU, o funcionamento do sistema urinário pode comprometer a QV. Os achados sugerem que, ou os participantes realmente tinham IU e não a percebiam como tal, ou que é necessário investigar outras questões como frequência miccional, por exemplo. O uso do KHQ permitiu identificar que mesmo na ausência de relato de IU o funcionamento do sistema urinário pode interferir na QV de longevos.