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Microvariação na sintaxe dos clíticos: os dialetos portugueses dos Açores e Madeira
Author(s) -
Ana Maria Martins
Publication year - 2021
Publication title -
estudos de lingüística galega
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.101
H-Index - 4
eISSN - 1989-578X
pISSN - 1889-2566
DOI - 10.15304/elg.13.6997
Subject(s) - geology , humanities , geochemistry , physics , art
Este artigo estuda a colocação dos pronomes clíticos nos dialetos portugueses dos Açores e Madeira. A base empírica é o Corpus dialetal para o estudo da sintaxe (CORDIAL-SIN). Uma primeira abordagem panorâmica mostra que estes dialetos apresentam tipicamente o padrão geral de colocação dos clíticos do português europeu, mas admitem igualmente colocações atípicas, com expressão quantitativa significativa. A investigação foca-se depois em dois tipos de colocação atípica: a ênclise ao verbo finito em configurações sintáticas tipicamente indutoras de colocação proclítica; e a próclise a formas não finitas do verbo em configurações sintáticas onde, tipicamente, se esperaría a ênclise. Os dois tipos de colocação atípica são analisados na sua expressão quantitativa, distribuição geográfica e distribuição por estruturas sintáticas, mostrando-se a ênclise atípica especialmente produtiva com certos advérbios (até, também) e nas orações relativas (resuntivas e cortadoras). Numa perspetiva geolingüística, as nove ilhas dos Açores apresentam uma relativa homogeneidade, não sendo possível identificar, de forma consistente, subáreas dialetais. Já no arquipélago da Madeira observa-se uma clara separação entre a ilha da Madeira (representada no CORDIAL-SIN por Câmara de Lobos e Caniçal) e a ilha de Porto Santo, em particular a Camacha. A Madeira destaca-se pela forte incidência da ênclise atípica nas frases finitas e Porto Santo pela incidência da próclise atípica nas frases com infinitivo e gerúndio. Globlamente, a ênclise atípica está mais representada no corpus em número de ocorrências, mas a próclise atípica é percentualmente mais expressiva e tem paralelo em factos conhecidos das variedades não europeias do português.

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