A linguagem (re)descoberta: contornos prospectivos da leitura barthesiana de Benveniste

Este estudo tem o propósito de abordar efeitos da leitura barthesiana de Benveniste. Para tanto, primeiramente, empreende-se uma “leitura transversal” (ROSÁRIO, 2018) de “Por que gosto de Benveniste” (BARTHES, 2012a), texto do qual se recupera o apontamento relativo às contribuições benvenistianas para o cenário da linguística a partir da centralidade da categoria de pessoa. Como essa categoria, segundo Barthes, interessaria também à literatura, empreende-se, em seguida, uma “leitura vertical” (ROSÁRIO, 2018) do ensaio “Escrever, verbo intransitivo?” (BARTHES, 2012b), texto a partir do qual Barthes discute não só a categoria de pessoa, mas também a de temporalidade e a de diátese, as três profundamente abordadas por Benveniste. Tais categorias são deslocadas por Barthes para o campo literário, a fim de teorizar a respeito da atividade de escritura, movimento que evidencia efeitos das reflexões benvenistianas sobre as barthesianas.