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O.C.A Ocupação Coletiva de Arteirxs. 3 anos de atividades e resistência.
Author(s) -
Mauricio Leal Pons
Publication year - 2017
Publication title -
pixo
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2526-7310
DOI - 10.15210/pixo.v1i3.12614
Subject(s) - humanities , philosophy
Com a abertura das portas do prédio 1 da rua Dona Mariana na primavera de 2014, a O.C.A - Ocupação Coletiva de Arteirxs inaugura seus ciclos de vivencias em residências e atividades como uma utopia coletiva, uma virgula no momento político que se desencadeava na cena cultural Pelotense, uma bolha para a resistência de pensamentos adversos, um ponto de fuga.Essa experiência é a conexão de muitas vontades, projetos que estavam por eclodir, planos esmiuçados e mapeados, que ardiam por acontecer, na sequência da efervescência do inverno de 2013[1], que nos causava nostalgia.Ação direta e POW!Assim insurgiu a O.C.A, um furo de bala do sistema, para expor a proposição de ações e práticas, de múltiplas vontades, que se desenvolveu com a força de vontade de visionários que acreditam que a realidade é uma invenção, com a coragem, a perseverança e a resistência para criar, inventar e ressignificar, todos os dias uma forma de vida baseada na autonomia e no apoio mútuo.Acredito, ou ao menos gostaria de propor, que a única solução para a “supressão e realização” da arte está na emergência da T.A.Z (Zona Autônoma Temporal). Rejeito veementemente quem diz que a própria T.A.Z não é “nada além” de uma obra de arte, muito embora ela possa vestir alguns desses enfeites. Eu sugiro que a T.A.Z é o único “lugar” e “tempo” para a arte acontecer pelo mero prazer do jogo criativo, e como uma contribuição real para que as forças que permitem que a T.A.Z se forme e se manifeste.Hakim Bay[2]A O.C.A. desde o princípio proporciona um oásis para as crianças do entorno e para a comunidade que faz do tempo de ócio um momento de convivência e trocas e para os nômades que circulam em Latino América e adentram ou escapam do território brasileiro pela fronteira sul, um ponto de apoio estratégico aos viageiros, um lugar solidário e hospitaleiro aos que não têm paradeiro fixo.Uma troca natural e sem prestação de contas que o espaço exige para sua manutenção e funcionamento, onde cada ocupante se voluntaria para suprir a demanda e soluções práticas de gestão, de acordo com a sua capacidade de desenvolver as tarefas e colaborar com novas propostas.A O.C.A. permanece hoje com suas plenas atividades e neste mês de novembro 2017 comemorou seu terceiro ciclo solar, desconstruindo no cotidiano os padrões e vícios do capital que sustentado pela hierarquia fundamentada no patriarcado que faz de cada indivíduo um opressor autoritário.[1] No inverno do 2013 –alusão a Junho de 2013 revolta popular catraca livre e reverberações...[2] Bay. Hakin – zona autônoma temporal