
A classe trabalhadora tem cor: democracia racial e desenvolvimentismo em Volta Redonda (1946-1987).
Author(s) -
Leonardo Ângelo Silva
Publication year - 2016
Publication title -
norus
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2318-3721
pISSN - 2318-1966
DOI - 10.15210/norus.v4i5.8279
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
A proposta deste trabalho é a análise da relação entre o discurso desenvolvimentista com o de democracia racial. Para tanto nosso recorte espacial é a região de Barra Mansa e Volta Redonda (região localizada no sulfluminense do Estado do Rio de Janeiro) e o recorte cronológico vai de 1946 (ano da primeira corrida do aço em Volta Redonda), a 1987 (ano de divulgação da primeira pesquisa sobre discriminação e racismo que teve Volta Redonda como uma das cidades base). Na construção de nossos argumentos nos pautamos na experiência dos trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) o que captamos através do cruzamento analítico de fotos originárias da própria empresa (mais de 900), entrevistas realizadas pelo autor e por outros grupos de pesquisadores, registros de atas da Câmaras Municipais e de periódico da própria CSN (O lingote). Destes cruzamentos podemos destacar a evidente contradição entre a estrutura de trabalho, claramente desigual, encontrada pelos trabalhadores negros e o forte discurso desenvolvimentista e trabalhista, no qual os trabalhadores não tinham cor ou eram de todas as cores.