REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE INFÂNCIA: UM ESTUDO COM PAIS E EDUCADORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Fundamentado na Teoria das Representações Sociais, de Moscovici, este estudo buscou caracterizar as representações sociais sobre infância de professoras e pais de crianças de EI (Educação Infantil) de um pequeno município de Santa Catarina, Brasil. Consta de três etapas. Na primeira, as 41 professoras de EI responderam uma questão de associação livre, tendo “infância” como palavra indutora; desenharam sua imagem de infância e produziram um texto sobre ela. Na segunda, foram constituídos dois grupos focais, com cinco professoras das pré-escolas e com nove professoras das creches. A análise das falas mostrou dois eixos: a infância de ontem X a infância de hoje e as tensões família X a instituição de EI. Procurou-se compreender esta tensão na terceira etapa, investigando as representações dos pais das crianças sobre infância. A associação livre, respondida por 31 pais, mostrou que, como as professoras, eles associam a infância com brincadeira e alegria, mas, para eles, esses significados não incorporam conhecimentos sobre o desenvolvimento da criança pequena. O grupo focal realizado com cinco pais confirmou que as mudanças  do contexto familiar têm cerceado a liberdade das crianças, limitando suas possibilidades de brincadeiras. O excesso de preocupação que leva os pais a superprotegerem seus filhos é visto pelas professoras como falta de informação; para os pais, é resultado das informações divulgadas pela mídia. Estes não expressam a percepção da existência de tensões na relação entre as famílias e as escolas ou instituições de EI.