Escolinha de agroecologia de Nova Iguaçu (RJ)

Esta pesquisa busca compreender como teoria e prática propostas metodologicamente pela Escolinha de Agroecologia de Nova Iguaçu/RJ (EANI), a partir da sinergia entre ação pública e sociedade, contribuem para a estruturação de redes de aprendizagem mútua, para o fortalecimento da reprodução social da agricultura familiar agroecológica do município de Nova Iguaçu/RJ e para a permanência dos sujeitos envolvidos no território. O referencial teórico está fundamentado nas contribuições acerca dos sistemas alimentares, o desenvolvimento rural, a agroecologia, agricultura urbana e periurbana, o capital social, a capacidade de agência dos atores sociais e o território como espaço de relações, e formam o escopo para a análise dos resultados alcançados. A metodologia foi conduzida como um estudo de caso da experiência da EANI, baseada na aplicação de entrevistas semiestruturadas, utilizando a técnica de amostragem não probabilística da “bola de neve”, seguida da análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Os resultados demonstraram que as relações estabelecidas entre a EANI, as organizações parceiras e os movimentos e associações da agricultura familiar da Baixada Fluminense, estão apoiadas pela ação extensionista da Emater-Rio em parceria com a CPT-Baixada, através de um processo de construção do conhecimento a partir da valorização das experiências vividas pelos próprios beneficiários da EANI na construção de um território agroecológico, desencadeando um processo de catalização da capacidade de agência dos atores da agricultura familiar e consequentemente induzindo o desenvolvimento local, frente as dificuldades de acesso às políticas públicas, ausência do poder público municipal e pela pressão urbana exercida sobre as áreas produtivas.