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Geografia e cannabis
Author(s) -
Rafael Follmann dos Santos,
Celbo Antonio da Fonseca Rosas
Publication year - 2021
Publication title -
campo - território
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1809-6271
DOI - 10.14393/rct164303
Subject(s) - cannabis , humanities , philosophy , political science , psychology , psychiatry
Desde milhares de anos a cannabis possui relação com a espécie humana. Hoje proibida em países como o Brasil, até pouco depois do início do século XX, esta planta praticamente não havia sido reprimida ao longo da existência da humanidade. Embora nos últimos anos o Brasil venha repensando seu tratamento jurídico, o cultivo e comércio legal de cannabis é exclusivo para finalidades medicinais, enquanto o uso recreativo, que não acabou com a proibição e a repressão, constitui uma demanda por maconha que é sustentada por produções ilegais. Diferentes grupos de indivíduos projetam na cannabis suas intenções, resultando em diferentes representações no território nacional com relação a esta planta. A qualquer momento a cannabis pode se tornar legalizada ou mais reprimida se uma intenção prevalecer sobre a outra. Embora estas intenções também provenham de outros países de forma significativa, como a influencia mundial sobre a política de drogas exercida pelos Estados Unidos, as disputas territoriais possuem configurações únicas em cada país. O caso do Brasil investigado neste texto, pode envolver relações internas e externas. Contudo, até o momento nem um esforço foi realizado para identificar os possíveis territórios configurados nessa disputa. Este estudo busca conceitualizar as principais disputas territoriais constituídas pela cannabis no Brasil. Após revisar aspectos histórico-geográficos da cannabis com relação aos seus interesses pela humanidade, é definido o conceito que permita compreender como se configuram os diferentes territórios nesta disputa. Quatro territórios foram identificados e conceitualizados. Este se trata de um estudo singular e que se inicia, e apesar da valiosa discussão, ainda há muito para se investigar sobre as geografias da cannabis, e seus possíveis subcampos, como as territorialidades envolvidas. Assim também é esperado que esta discussão estimule novas pesquisas.