z-logo
open-access-imgOpen Access
Proust e Boltanski
Author(s) -
Biagio D’Angelo
Publication year - 2020
Publication title -
ouvirouver
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1983-1005
pISSN - 1809-290X
DOI - 10.14393/ouv-v15n2a2019-48977
Subject(s) - philosophy , humanities , art
Com frequência Christian Boltanski cita Marcel Proust em suas entrevistas. E, como o próprio Proust, também Boltanski está à procura obsessiva de respostas sobre questões fundamentais da índole humana: como e por que descrever a morte? Ela pode ser aceita fora do parâmetro artístico? O que implica o distanciamento de coisas e seres queridos? Que mudança acontece na frente da ausência? Por que, para restituir vida (se assim pode-se dizer) é necessário um trabalho sobre a memória? A memória permite reconstituir o objeto de amor ou é uma ilusão estética? Porém, enquanto Proust tenta resolver a obsessão pela memória numa fulguração epifânica em que se reúne e se condensa todo o tempo perdido, em Boltanski manifesta-se a consciência de uma divisão entre o eu e a realidade e, especialmente, a impossibilidade de que um Ideal possa preencher o vazio criado pelo sujeito. Boltanski acredita ainda na função redentora (no sentido psicanalítico) da Arte. Os objetos e a memória a eles ligada reescrevem a “Recherche” proustiana em um arquivo antropológico que tenta lançar luz sobre zonas obscuras do Eu.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here