
Língua fascista, discurso contraditório
Author(s) -
Lucas Rodrigues Nascimento
Publication year - 2020
Publication title -
revista heterotópica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2674-7502
DOI - 10.14393/htp-v2n2-2020-56642
Subject(s) - humanities , art
Este trabalho está filiado à Análise do Discurso e aos autores Pêcheux, Foucault, Courtine e Barthes. São enunciados das análises: “Quem quiser vir ao Brasil fazer sexo com mulher, fique à vontade” e “Não podemos ser país do mundo gay, temos família”, afirmações de Jair Messias Bolsonaro, durante café da manhã com jornalistas, em 25 de abril de 2019, em Brasília-DF. Argumentamos em relação à expressão fique à vontade que abre fissuras na imagem da mulher brasileira e a simboliza ao turismo sexual do país. Argumentamos também em relação à contradição do segundo enunciado, situação em que o locutor nega para afirmar. A negação é para a sexualidade do homem homossexual, tendo como funcionamento discursivo a exclusão sexista e a afirmação homofóbica. Portanto, o discurso de Bolsonaro corrobora com o seguinte imaginário sobre o turismo brasileiro: a exploração do corpo da mulher brasileira e a negação da homossexualidade – elementos de uma língua fascista.
Palavras-chave: Língua; Discurso; Fascismo; Misoginia; Homofobia.