
Entre a modificação e a quantificação
Author(s) -
Ana Paula Quadros Gomes,
Tatiane Gonçalves Sudré
Publication year - 2020
Publication title -
domínios de lingu@gem
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1980-5799
DOI - 10.14393/dl45-v15n1a2021-1
Subject(s) - plural , humanities , philosophy , political science , art , linguistics
O objetivo deste artigo é explicar o comportamento de adjetivos que estão funcionando ora como um modificador ora como um determinante no Português Brasileiro (PB). Ao desempenhar o papel de um determinante, selecionam pluralidades, exibindo informações de quantidade (‘Diferentes comidas foram preparadas para o jantar.’/ *‘Diferente comida foi preparada para o jantar.’). Nesse caso, a marcação plural é fundamental para a gramaticalidade da sentença. Contudo, o mesmo adjetivo (p.ex. ‘diferente’), ao se comportar como um modificador, pode aparecer na sua forma singular de maneira que não traga nenhum problema quanto a sua aceitação (‘A cozinheira iniciou o dia fazendo uma diferente comida para o jantar.’). A proposta que será defendida é a de que esses adjetivos são um subgrupo da classe dos adjetivos de grau relativo (AGRs) (KENNEDY; MCNALLY, 2005). Defenderemos que a classe dos AGRs possui sintaxe e semântica especiais, capazes de explicar o licenciamento de alguns deles como um determinante plural. Também explicaremos por que nem todo AGR pode funcionar como determinante: há um tipo especial de comparação requerido para que um adjetivo se torne um adjetivo quantificacional (Q-Adjetivo).