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Exílio e liberdade na poesia de Manuel Alegre
Author(s) -
Elsa Henriques Rita dos Santos
Publication year - 2020
Publication title -
revista de história das ideias/revista de história das ideias
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.104
H-Index - 3
eISSN - 2183-8925
pISSN - 0870-0958
DOI - 10.14195/2183-8925_38_4
Subject(s) - humanities , philosophy , art
O exílio, afastamento forçado da própria pátria (desterro), tem sido sentido e vivido de modo diferente ao longo dos tempos. No século XIX, os românticos enriqueceram semanticamente a palavra ‘exílio’, ligada a perseguições políticas das quais tantos deles foram alvo, com a noção de um exílio existencial representativo da experiência de se sentirem estrangeiros em todo o lado, inclusive na sua própria terra. Todavia existe um exílio que precede estes dois, essencial à condição humana e de matriz judaico-cristã, e que remonta à expulsão de Adão e Eva do Paraíso. Estas três tipologias de exílio, expostas por Claudio Guillén em O Sol dos Desterrados (1995), servir-nos-ão de guia na análise que nos propomos realizar na poesia de Manuel Alegre, exilado em Paris e Argel entre 1964 e 1974. Trata-se de uma poética em que o tema do exílio é permanente e vai no rastro de uma liberdade individual, coletiva e criativa.