
A importância de se chamar Ferreira de Castro… a repressão no Estado Novo e a oposição dos “intelectuais”
Author(s) -
Luís Reis Torgal
Publication year - 2020
Publication title -
revista de estudos literários
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2183-847X
DOI - 10.14195/2183-847x_10_38
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
O “Estado Novo”, vulgarmente chamado “fascismo à portuguesa”, sistema corporativo com ideologia única e com “partido único”, teve a sua polícia política que foi tratando os diversos casos em função da ideologia de cada um, do estrato social a que pertencia ou da sua importância pessoal. Os “intelectuais”, na sua grande maioria, exerceram desde sempre uma acção de oposição em defesa da liberdade, tendo sido, porém, objecto de repressão diferente, por exemplo, conforme eram simplesmente liberais ou comunistas, de acordo com as críticas que faziam ao regime ou a sua importância literária. Ferreira de Castro era um escritor consagrado nacional e internacionalmente. Assim, olhando o seu processo, verifica-se que, apesar de ter participado em quase todas as acções pacíficas contra o Estado Novo (que iam sendo descritas e vigiadas pela polícia), não foi vítima de uma repressão demasiado violenta, como a prisão, a tortura ou a perda de direitos políticos.