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DASEIN E MUNDO: UMA CRÍTICA AO CONHECIMENTO COMO ATIVIDADE TEORÉTICA
Author(s) -
Natan Luiz Neri de Sousa
Publication year - 2019
Publication title -
anais do ... seminário de iniciação científica/anais seminário de iniciação científica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2595-0339
pISSN - 2175-8735
DOI - 10.13102/semic.v0i22.3932
Subject(s) - philosophy , humanities
Heidegger em Ser e Tempo assume a tarefa de colocar a questão do sentido do ser. Essa tarefa consiste em um estudo do comportamento existencial do homem (Dasein), isto é, do homem enquanto abertura e não como uma substância pensante, ou um animal racional, mas como o lugar onde se manifesta a diferença ontológica. O intuito do filósofo com uma analítica existencial não é uma análise do ente homem, mas sim do domínio da abertura no qual é possível aceder ao sentido do ser e sua verdade. Portanto, é entendido que o perguntar é algo próprio do homem, entretanto, ao se fazer a pergunta pelo sentido do ser, de certa maneira, é necessário que seu sentido já esteja disposto, ou seja, já lidamos previamente com o sentido daquilo que (é), e isso aponta que o Dasein se move numa pré-compreensão do ser. Dito isto, a proposta do projeto é investigar como se configura à crítica ao conhecimento como atividade teorética, presente na obra Ser e Tempo, ou seja, a crítica ao homem entendido como sujeito do conhecimento que se reporta de forma objetiva ao ente intramundano, como pensou a modernidade. A representação pensante é a forma como a modernidade aborda a realidade das coisas, desse modo, a relação sujeito-objeto se constituiu como a forma hegemônica de acesso do homem com as coisas. Portanto, procuramos investigar quais as consequências do projeto heideggeriano presente em Ser e Tempo no que concerne a esse modelo moderno vigente. Este projeto justifica-se na medida em que a investigação nos coloca no cerne de uma crítica que mobiliza a forma como a filosofia pensou o homem ao longo da história e da maneira deste modo de lidar com os entes. Posto que, Heidegger procura apresentar uma “ontologia fundamental” que se funda na analítica existencial, ou seja, no Dasein enquanto existência, no qual é a base da compreensão não temática do ente que lhe é acessível.