
Arquitetura escolar na cidade de Feira de Santana - 1910 a 1940
Author(s) -
Rebeca Laise Santos Lima
Publication year - 2018
Publication title -
anais do ... seminário de iniciação científica/anais seminário de iniciação científica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2595-0339
pISSN - 2175-8735
DOI - 10.13102/semic.v0i20.3218
Subject(s) - humanities , art , governo
Essa proposta de trabalho tem por objetivo analisar a escolarização feirense através da arquitetura escolar da cidade de Feira de Santana, desde a construção dos prédios do Grupo Escolar (1912) e das Escolas Reunidas (1917 e 1918) até o período da instalação e funcionamento de cursos de cunho profissional, entre as décadas de 1920 e 1940, quais sejam, o da Escola Normal de Feira de Santana (prédio adaptado em 1927) e dos cursos secundário e/ ou comercial, caso do Ginásio Santanopólis. O interesse é acompanhar as mudanças na arquitetura escolar como expressões de novas ideias pedagógicas que nortearam o projeto educacional do estado republicano.Faria Filho (2001) argumenta que os grupos escolares eram considerados palácios da modernidade, instrumentos de progresso e mudança, ao contrário das escolas isoladas tidas como símbolo da continuidade de um passado de miséria e atraso da educação, já que funcionavam locais inadequados, sem o material pedagógico: os pardieiros.O primeiro prédio estritamente escolar na cidade de Feira de Santana com esta aura republicana (OLIVEIRA, 2016) foi o do grupo escolar, fundado em 1914. A partir de 1916 recebeu a denominação de Grupo Escolar Jose Joaquim Seabra, em homenagem ao então presidente do estado da Bahia. O prédio começou a ser construído no governo Coronel Bernardino Silva Bahia (de 1912 a 1915), sendo entregue no governo do Coronel Agostinho no ano de 1916. Este intendente municipal dois anos depois construiu os prédios para instalar as escolas Maria Quitéria (1917) e João Florêncio (1918) (OLIVEIRA, 2016) situados em locais centrais da cidade: Avenida Senhor dos Passos e Praça Agostinho Froes da Mota, antiga rua dos Remedios. A escola Maria Quiteria continua funcionando até o atual momento no mesmo local, tendo o prédio sofrido poucas intervenções arquitetônicas.Segundo as pesquisas de Faria Filho (2000) e de Bencosta (2005), a construção desses palacetes educacionais da primeira republica tinha característica uma arquitetura sofisticada, no intuito de se contrapor às antigas escolas imperiais, que funcionavam nas mesmas casas onde os professores residiam. A suntuosidade dos prédios serviria para evidenciar o progresso e as novas concepções de organização escolar.Quanto aos grupos escolares passaram a reunir várias séries num único prédio Bencosta (2005) destaca a preocupação das administrações com o urbano enquanto espaço privilegiado para a sua edificação: capitais e cidades prósperas. Funcionavam como signo dos ideais republicanos, uma gramática discursiva arquitetônica que enaltecia o novo regime (SILVA, 2016).O interesse desta pesquisa no campo da História Socio-Cultural da Educação é analisar o processo de escolarização no acompanhar as mudanças na arquitetura escolar como expressões de novas ideias pedagógicas, especialmente as questões de higiene escolar marcada pelas ideias eugenistas do início do século XX, assim como as concepções de metodologia do ensino.