
Conflitos entre pessoas e animais silvestres no Semiárido paraibano e suas implicações para conservação
Author(s) -
Lívia Emanuelle Tavares Mendonça,
Caroline Mendes Souto,
Lyuska Leite Andrelino,
Wedson de Medeiros Silva Souto,
Washington Luiz Silva Vieira,
Rômulo Romeu Nóbrega Alves
Publication year - 2012
Publication title -
sitientibus. série ciências biológicas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2238-4103
pISSN - 1519-6097
DOI - 10.13102/scb107
Subject(s) - humanities , physics , philosophy
Ao longo da sua história, o ser humano tem se utilizado dos animais de diferentes formas, evidenciando suaimportância e refletindo-se em atitudes de respeito, admiração e afeto. Contudo, algumas atitudes ligadas ao domínio, àexploração, ao medo e à aversão para com os animais silvestres têm gerado conflitos entre as populações humanas e a vidaselvagem. Esse conflito é uma questão de conservação disseminada, porém estudos sobre o tema são escassos quando setrata de ambientes semiáridos como a Caatinga. Diante disso, a presente pesquisa objetivou documentar as atividades decaça voltadas para o controle de animais considerados perigosos e/ou causadores de prejuízos para a comunidade de umaárea do Semiárido no interior da Paraíba, Região Nordeste do Brasil. A pesquisa foi realizada com 123 caçadores e excaçadoresdo município de Pocinhos, no período de 2007 a 2010, por meio de entrevistas com questionários semiestruturados,complementadas com conversas informais. Um total de 23 espécies de animais silvestres é abatido e os principais gruposenvolvidos foram mamíferos (sobretudo os carnívoros) (n = 7 espécies), répteis (sobretudo as serpentes) (n = 13) e, emmenor escala, aves. Os motivos que geram os conflitos e levam ao abate dos animais silvestres são: ataque a criaçõesdomésticas, risco de morte às pessoas, destruição das lavouras e risco de transmissão de doenças. Apesar de serem poucofrequentes, os danos causados por animais silvestres geram intolerância generalizada entre os caçadores locais, incentivandoa morte indiscriminada desses animais. Por isso tornam-se imprescindíveis programas de educação ambiental entre apopulação objetivando a manutenção de recursos faunísticos locais.