LGBTQI+, vidas precárias e necropolítica em tempos da Covid-19: a interseccionalidade e a teoria queer em cena

Tomar o rebatimento da pandemia da Covid-19 na população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, não binários, intersexos e mais (LGBTQI+) é um desafio que vem pautando um conjunto de pesquisadoras/es, ativistas, gestoras/es etc. para seu enfrentamento. Particularmente, nesse artigo analisa-se esses efeitos a partir dos conceitos de necropolítica, vidas precárias e interseccionalidade de sexualidade, gênero, raça e classe. Os efeitos do cisheterossexismo, do racismo, da LGBTQIfobia são, em referência à lógica do capital, estruturantes e estruturais, refletindo, portanto, nas particularidades das vidas de LGBTQI+. Essa análise nos revela a importância de debater os impactos das vulnerabilidades e precariedades desses sujeitos, pois se antes já sofriam no seu cotidiano os efeitos das discriminações, preconceitos e mortes, com mais radicalidade esses elementos se impõem em contexto pandêmico. Os dados aqui tratados apontam para as condições dessas vidas precárias com mais agravamentos, principalmente, tomados pela perspectiva da interseccionalidade entre sexualidade, gênero, raça e classe social, nos marcos das desigualdades e das relações sociais necrocapitalistas e ultraliberais. Neste sentido, o artigo pretende problematizar essas questões que marcam a população LGBTQI+, como as violações, violências, opressões e mortes, a fim de apontar formas de enfrentamento e resistência em tempos de ascensão da política antidemocrática. Palavras-Chave: LGBTQIfobia; pandemia; precariedade; vulnerabilidade; necropolítica.