
O ESPAÇO CEMITERIAL: LEITURAS DISCURSIVAS DO ESPAÇO URBANO
Author(s) -
Tatiana Barbosa de Sousa,
Maria Cleci Venturini
Publication year - 2020
Publication title -
pensares em revista
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-2215
DOI - 10.12957/pr.2020.46887
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O centro de nossas discussões é espaço urbano e os seus sentidos a partir da leitura de um cemitério, entendendo-o como lugar que guarda traços da história da cidade, dos sujeitos que formam seu corpo social, suas filiações, memórias, contribuindo para a leitura/interpretação e compreeensão da cidade-texto. O cemitério conjuga o tempo tridimensional – passado, presente e futuro e um dos pressupostos que autoriza a leitura da cidade por esse viés decorre da contradição dada pela morte – comum a todos os sujeitos e sinalizar, conforme Catroga (2009), para traços que revelam, mas também escondem a experiência temporal e a indissociabilidade do espaço. O impulso para essas discussões adveio de projetos desenvolvidos junto a professores do ensino fundamental e médio no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR), em que atuamos como orientadoras e significamos a leitura como prática social e discursive e a história da cidade como constitutiva do sujeito. Nesses projetos, o espaço urbano é tomado como objeto discursivo lido na relação sujeito, história e memória. Nesse artigo, recortamos o túmulo de Maria Elizabeth de Oliveira, localizado no cemitério Municipal Vera Cruz, na cidade de Passo Fundo, cuja materialidade estrutura-se por mensagens de agradecimentos e de adoração, e, especialmente, de rosas vermelhas. Nossa proposta consiste em desnaturalizar os sentidos saturados e homogêneos, sublinhando os sentidos como sempre outros. Além do túmulo e do cemitério, recorteamos sequências discursivas do “Uma estrela no céu - Maria Elizabeth de Oliveira”, publicado em 1969, por Fidélis Dalcin Barbosa (34a. edição).