
POESIA E VIOLÊNCIA (O ORVALHO E A NÓDOA)
Author(s) -
Wilbert Salgueiro
Publication year - 2022
Publication title -
matraga
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2446-6905
pISSN - 1414-7165
DOI - 10.12957/matraga.2022.64233
Subject(s) - humanities , philosophy
O debate em torno da violência é tão grande e antigo quanto a própria história dela. As perspectivas de entendimento desse fenômeno são múltiplas e mesmo antagônicas. Aqui, apresentaremos estudos de Xavier Crettiez, Octavio Ianni e Paulo Sérgio Pinheiro que, de modo complementar, nos fornecerão uma base segura para a compreensão de algumas das causas e efeitos dessa força mórbida que se expressa em variadíssimos graus e aspectos. Na sequência, veremos como, em dois poemas recentes (2019), “Fascismo self-service” de Luiza Romão e “Mulher do fim do mundo” de Tatiana Pequeno, a violência se manifesta sustentada em comportamentos hipócritas, covardes, autoritários, machistas, desumanos. Concluiremos, a partir do poema “Carla” (2002), de Miró da Muribeca, que a poesia brasileira está cada vez menos alienada (orvalho) e, portanto, mais atenta às mazelas (nódoas) de nossa sociedade.