z-logo
open-access-imgOpen Access
Um mundo sem devastação é possivel: repensar a floresta como conceito, metáfora e espaço compartilhado
Author(s) -
Luca Provenzano,
Fernando Fragozo,
André Luís de Oliveira Mendonça
Publication year - 2021
Publication title -
em construção
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2526-5792
DOI - 10.12957/emconstrucao.2021.55158
Subject(s) - philosophy , humanities
Para muitos povos tradicionais, a floresta não é apenas a materialidade formada pelo conjunto de árvores que a compõem: ela inclui também a essência viva dos seres que a habitam. Cada um desses seres (humanos, animais, plantas e, eventualmente, outros) possui sua própria perspectiva sobre a floresta e, por consequência, seu próprio espaço existencial. A  proposta deste ensaio é a elaboração de um conceito de floresta segundo o qual a floresta não é apenas um objeto material, mas refere-se ao fora do próprio mundo, com o qual uma outra dinâmica que não a da predação possa ser estabelecida. Com esse objetivo em vista, em primeiro lugar, investiga-se o conceito de inimigo proposto por Eduardo Viveiros de Castro como contrapartida ao conceito de sujeito ocidental. Em seguida, analisa-se o conceito de limite, proposto por Alexandre Nodari, como contraposição ao conceito de espaço ocidental. Ao tensionar-se os conceitos de inimigo e limite, propõe-se o termo floresta para referir-se a outro modo de relação possível com a sociodiversidade de mundos humanos e a biodiversidade. Por fim, são apresentados os traços gerais da experiência de floresta, na floresta dos yanomani, a partir dos trabalhos de Bruce Albert, François-Michel Le Tourneau e Julia Verdum. Nas considerações finais discute-sea floresta como uma disposição espacial e modo de convívio capaz de “adiar o fim do mundo”.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here