
Óbitos e internações decorrentes de intoxicações por medicamentos com prescrição e isentos de prescrição, no Brasil
Author(s) -
Fernanda Gross Duarte,
Marcelo Neubauer de Paula,
Nelzair Vianna,
Maria da Conceição Chagas de Almeida,
Edson Duarte Moreira
Publication year - 2021
Publication title -
revista de saúde pública/revista de saúde pública
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.857
H-Index - 77
eISSN - 1518-8787
pISSN - 0034-8910
DOI - 10.11606/s1518-8787.2021055003551
Subject(s) - medicine
OBJETIVO: Estimar a incidência de hospitalizações por intoxicação medicamentosa e a mortalidade desses agravos no Brasil, descrevendo as tendências de 2009 a 2018. MÉTODOS: Os dados de internações hospitalares e óbitos originam-se do DATASUS e os dados demográficos, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram selecionadas as internações hospitalares cuja Autorização para Internação Hospitalar (AIH) indicasse como procedimento “tratamento de intoxicação ou envenenamento por exposição a medicamento e substâncias de uso não medicamentoso”, sendo analisados apenas os casos de hospitalização por intoxicação medicamentosa. A incidência de hospitalização e a mortalidade foram calculadas separadamente para intoxicações causadas por medicamentos com prescrição (MRx) e isentos de prescrição (MIP). As taxas foram ainda estratificadas por sexo, faixa etária e região de residência no Brasil. A análise de tendência foi realizada por regressão linear generalizada pelo método de Prais-Winsten. RESULTADOS: A maioria das internações foi causada por MRx (97%), com mortalidade aproximadamente 50 vezes maior, quando comparada às internações por MIP. A tendência da incidência das internações por MRx foi estacionária, mas a mortalidade aumentou durante o período estudado, enquanto a tendência na mortalidade e na incidência de internações por MIP foi decrescente. CONCLUSÕES: As internações por intoxicação medicamentosa, sobretudo aquelas causadas por MRx, têm grande impacto e importância na saúde pública, especialmente porque esses agravos podem ser prevenidos.