
Considerações sobre a gênese do vale suspenso do alto Rio Preto na borda da Bacia de Resende
Author(s) -
Éric Andrade Rezende,
André Augusto Rodrigues Salgado
Publication year - 2020
Publication title -
revista do departamento de geografia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2236-2878
DOI - 10.11606/rdg.v40i0.165775
Subject(s) - humanities , geology , geography , philosophy
O presente trabalho tem como objetivo investigar a gênese do vale suspenso do alto rio Preto, levando em conta seu posicionamento na borda de um rifte continental e sua proximidade com o divisor hidrográfico entre as bacias dos rios Grande e Paraíba do Sul. O alto curso do rio Preto localiza-se na Serra da Mantiqueira e estabelece a divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. A investigação teve foco na identificação de possíveis anomalias de drenagem ou controles litoestruturais e tectônicos que pudessem estar associados à formação do vale suspenso. Para isso, foi empregada a análise de modelos digitais de elevação em conjunto com perfis topográficos, mapas geológicos e observações de campo. Evidências geomorfológicas indicam que a depressão intramontana na qual se aloja o alto vale do rio Preto teve sua gênese associada primordialmente a causas erosivas e não a um escalonamento de origem tectônica que teria afetado a Serra da Mantiqueira. O vale suspenso pode ser interpretado como um produto da retração erosiva da borda de falha da Bacia de Resende, que localmente teria culminado em uma captura fluvial. Para a ocorrência do fenômeno, foi fundamental o paralelismo existente entre o rio Preto e a escarpa da Serra da Mantiqueira, assim como a presença de uma zona de falhas aproximadamente perpendicular à escarpa. A gênese do vale suspenso por meio de uma captura fluvial reafirma o relevante papel dos rearranjos de drenagem na evolução de flancos de rifte.