
Uma commodity para os sentidos
Author(s) -
Gustavo Acioli Lopes
Publication year - 2019
Publication title -
revista ingesta
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2596-3147
DOI - 10.11606/issn.2596-3147.v1i2p81
Subject(s) - humanities , commodity , political science , philosophy , business , finance
O tabaco esteve entre as commodities a ter rápida difusão global na Era Moderna, a partir das navegações e interações dos europeus com os povos dos demais continentes conhecidos então. Nativo da América, onde era consumido pelos povos originários de várias partes do continente, cerca de um século depois da chegada de Colombo ao Novo Mundo, o tabaco já era conhecido em várias partes da Europa, África, Oriente Médio e Leste Asiático. Neste périplo global, a erva passou de elemento ritualístico a commodity: vendido, trocado, taxado e produzido nas quatro partes do mundo, ganhou a preferência de homens e, em menor medida, mulheres, de todas as camadas sociais. Indivíduos de diversas idades mascavam, aspiravam e/ou fumavam, principalmente, o tabaco das Américas, nas suas diversas variedades. Assim, essa commodity, que conquistava as pessoas pelo paladar, olfato, tato e visão, tornou-se intensamente negociada e difundida nas sociedades que com ela tiveram contato. Proponho-me a abordar essa difusão, destacando seus diversos condicionantes, desde a produção ao consumo do tabaco.