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Os desafios dos produtores e comerciantes de orgânicos no Mercado Kinjo Yamato de São Paulo
Author(s) -
Rafael Reckziegel de Lucena,
Paulo Donizete,
Henrique Ianaze
Publication year - 2019
Publication title -
revista ingesta
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2596-3147
DOI - 10.11606/issn.2596-3147.v1i2p221-222
Subject(s) - humanities , political science , agricultural science , philosophy , biology
A agricultura surgiu há mais de dez mil anos, conforme Ernesto Paterniani, em sua obra Agricultura sustentável nos trópicos (2001). Ela foi uma das ferramentas mais importantes para a obtenção regular de alimentos e, consequentemente, para o combate à fome. Chegamos à metade do século XX ainda com problemas de fome no mundo. No período pós-Segunda Guerra Mundial, a fome se agravou ainda mais e justificou o início do chamado Pacote Tecnológico da Agricultura. Apesar da melhoria de produtividade, tal modelo tem sido contestado por causar danos ao meio ambiente e à saúde da população. José Lutzenber em seu artigo “O absurdo da agricultura” (2001) já alertava para os riscos do uso intensivo de agrotóxicos e da monocultura. A agricultura sustentável ressurge, então, como uma alternativa capaz de oferecer alimentos saudáveis e com minimização de impactos ambientais. A engenheira agrônoma Ana Maria Primavese, em seu artigo “Revisão do conceito de agricultura orgânica: conservação do solo e seu efeito sobre a água” (2003), apresenta os benefícios e as vantagens de uma agricultura agroecológica. Esta pesquisa propõe a elaboração de um estudo de caso utilizando a metodologia de pesquisa exploratória, apoiada na pesquisa de campo realizada no Mercado Municipal paulistano Kinjo Yamato, objetivando entender, perante os produtores de orgânicos e comerciantes, integrantes do cinturão verde de São Paulo, suas características, conexões e principais dificuldades em escoamento e venda de produção. Nesse mercado encontram-se apenas quatro bancas, mas que estão nessa região há mais de 20 anos e enfrentam muitas dificuldades desde as alterações na localização, comercialização da produção e até mesmo incertezas sobre a possibilidade de continuidade em função de processos licitatórios de responsabilidade da Prefeitura Municipal. No Brasil, a defesa de um modelo de agricultora ecológica e sustentável vem sendo feita desde a década de 1970 por pesquisadores como José Lutzenberger e Ana Maria Primavese, que por sua atuação denunciavam a agricultura baseada no uso de agrotóxicos que levariam ao esgotamento dos solos, poluição de mananciais hídricos e extinção de animais. Ainda assim, o consumo de agrotóxicos não para de crescer. Entre 2000 e 2017, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis apontou que o Brasil aumentou em 135% o uso de agrotóxicos. A agricultura orgânica é uma alternativa para equilibrar os absurdos da agricultura química. É neste contexto que assume importância conhecer a realidade dos produtores de orgânicos e contribuir para entender os entraves ao seu desenvolvimento. Nessa pesquisa exploratória, procuraremos compreender as dificuldades encontradas pelos produtores na comercialização de seus produtos no Mercado Kinjo. E assim contribuir para que também a gastronomia seja um elemento de apoio a agricultores agroecológicos, visando à sustentabilidade dos produtores e à saúde da população.

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