z-logo
open-access-imgOpen Access
Entre a Baixa - Chiado (Lisboa) e a Rua do Ouvidor (Rio de Janeiro): patrimónios também literários
Author(s) -
Maria Mota Almeida
Publication year - 2021
Publication title -
revista geografia, literatura e arte
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2594-9632
DOI - 10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2021.169233
Subject(s) - art , humanities
Pretendemos com este artigo abordar a importância que os escritores e as respetivas obras detêm para a (re)descoberta e (re)leitura das cidades, por meio da deambulação pelas ruas, facilitando a criação de itinerários literários. A comparação de um trecho da cidade de Lisboa - Baixa, Chiado, Bairro Alto – e um do Rio de Janeiro - Rua do Ouvidor - espelhados, respetivamente, em um conto de Branquinho da Fonseca (1905-1974) e em uma obra de Joaquim Leitão (1875-1956), autores coetâneos, servirá de base para esse nosso passeio. Com efeito, o conto “A Tragédia de D. Rámon” (1938), inserido na coletânea Caminhos Magnéticos e o livro Do Civismo e da Arte no Brasil (1900), permitem-nos, ao deambular pelas ruas das ditas cidades, compreender o potencial das mesmas enquanto espaço de sociabilidade, de vivências e de afetos. Potencial esse subordinado às dinâmicas culturais e sociais que lhe estão inerentes, numa determinada época, filtradas pelo olhar do escritor que é também um flâneur (Walter Benjamin, 1994), um observador, um leitor minucioso da cidade através do registo polifónico da vivência da(s) rua(s). Nessa intersecção entre literatura e turismo pretendemos fomentar o gosto de viajar acompanhado pelos escritores e dar a conhecer outros encantos dessas duas ‘cidades maravilhosas’. Em termos metodológicos faremos o levantamento dos patrimónios e dos locais que compõem a obra e que irão permitir, mediante a metodologia de análise de conteúdo (Bardin) , uma leitura do espaço urbano. Proporemos um itinerário que sirva de motivação para uma visita em que se pretende conhecer os escritores, resgatar a memória e contribuir para um turismo diferenciado apostado na personalização. Ao adaptar para o cinema o conto de Branquinho da Fonseca, a “A Tragédia de D. Rámon”, sob o título de Caminhos Magnéticos – estreou no Brasil em 2018 e em Portugal, em 2019 – o realizador Edgar Pêra convida dois artistas brasileiros: Ney Matogrosso,  para interpretar um ‘espírito’ chamado André, e Helena Ignez.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here