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Antipoesia e a realidade estilhaçada
Author(s) -
Dora Savoldi da Rocha Azevedo
Publication year - 2018
Publication title -
la junta
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2594-7753
DOI - 10.11606/issn.2594-7753.lajunta.2018.145730
Subject(s) - humanities , philosophy
O presente trabalho propõe a análise de “Solo de piano”, antipoema de Nicanor Parra, a fim de discutir mais amplamente algumas questões que palpitam na antipoesia. Por meio de uma construção metonímica, a que se pode aludir nos diversos âmbitos que o configuram, “Solo de piano” materializa a profunda dissonância entre homem e mundo; a cisão e a distância entre os indivíduos nas sociedades modernas; e o esfacelamento de uma concepção de totalidade quanto ao mundo e à vida, cuja abrangência integral se torna impossível. Aqui se analisa, portanto, o esforço antipoético no sentido da refuta ao falseamento da realidade observável, o que acaba por se encaminhar à negação do campo lírico tal qual tradicionalmente estabelecido, à rejeição do sublime. Além disso, fundamentando-se na linguagem popular e estabelecendo uma alteridade com a qual dialoga o sujeito poético, a composição analisada permite vislumbrar a preocupação da antipoesia em se aproximar do povo, expandindo, portanto, o público ao qual se dirige. Pretende-se, enfim, discutir de que modo “Solo de piano” e, de maneira geral, o próprio movimento antipoético configuram uma resposta à fragmentação da experiência humana no mundo contemporâneo.

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