
Mulheres forasteiras e continuidade artística de A mulher de longe até a Crônica da casa assassinada
Author(s) -
Érica Ignácio da Costa
Publication year - 2020
Publication title -
opiniães
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2525-8133
pISSN - 2177-3815
DOI - 10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.180046
Subject(s) - humanities , art
Este artigo propõe uma breve comparação entre a obra-prima de Lúcio Cardoso, a Crônica da casa assassinada (1959), e seu roteiro principal A mulher de longe (1949). As figuras principais de ambas as obras são mulheres forasteiras, que, no embate entre a tradição e uma tentativa de abertura, são as que saem mais torturadas, e muitas vezes esfaceladas pelas próprias mulheres que se apoiam demais nos preconceitos e nas convenções estabelecidas por uma sociedade tradicional e patriarcal – em ruínas –, como no caso de Nina e Ana, na primeira obra, e da mulher e da velha, na segunda. A questão que se supõe é que a Crônica da casa assassinada seria, dez anos depois, uma continuidade literária da tentativa de roteiro que foi A mulher de longe.