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Drummond: uma poética entre e por aporias
Author(s) -
Elisa Domingues Coelho
Publication year - 2018
Publication title -
opiniães
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2525-8133
pISSN - 2177-3815
DOI - 10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2018.143338
Subject(s) - humanities , art , philosophy
A busca pela poesia que escapa à escrita, tema de tantos poemas de Carlos Drummond de Andrade, revela não ser apenas um tema transversal de sua obra, mas o princípio de funcionamento na mesma, que se cria labirinticamente a partir da reflexão sobre o caos moderno. Sua poética, portanto, não é uma lírica do cotidiano, que retira do mais ordinário acontecimento a poesia da vida, como a de Manuel Bandeira, ela vive da incompreensão e da aparente insolubilidade do presente caótico e desumano. A partir da análise feita por Antonio Candido em “Inquietudes na Poesia de Drummond” e Davi Arrigucci Júnior em Coração Partido, vemos como a obra do poeta se movimenta entre os impasses da própria literatura no mundo moderno. Se é a expressão da sua incompreensão e perplexidade diante dos acontecimentos, é também uma preocupação de responder ao tempo presente, como expresso por Mário de Andrade em “O movimento modernista”. É, então, uma lírica que se cria tal qual o Áporo, debatendo-se entre impasses, fazendo do bloqueio seu princípio poético e é na insolubilidade, na ausência de qualquer esperança que o inseto se metamorfoseia em flor e o caos se faz poesia. 

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