
Um herói triste, numa terra radiosa: diálogos entre "Macunaíma", de Mário de Andrade, e "Retrato do Brasil", de Paulo Prado
Author(s) -
Thaís Chang Waldman
Publication year - 2016
Publication title -
opiniães
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2525-8133
pISSN - 2177-3815
DOI - 10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2014.114880
Subject(s) - humanities , logos bible software , art , philosophy , theology
O objetivo deste artigo é traçar aproximações, assim como distanciamentos, entre Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade, e Retrato do Brasil, ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado. Publicados no mesmo ano, em 1928, ambos os livros são marcados por um constante diálogo. Inclusive, em um prefácio inédito, Mário explica ter se aproveitado antecipadamente dos rascunhos de Retrato do Brasil para escrever sua ficção. Não à toa, Macunaíma é dedicado a Paulo Prado, e não somente por amizade, como veremos. Esta breve análise comparativa de ambas as obras parece fornecer elementos que nos ajudam a compreender, de modo mais localizado, a construção da identidade nacional brasileira, assim como a pensar, de modo mais amplo, as relações entre a arte e a ciência, a literatura e a história.