
As vozes do feminino na voz de Angélica Freitas
Author(s) -
Fátima Ghazzaoui
Publication year - 2019
Publication title -
magma
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2448-1769
pISSN - 0104-6330
DOI - 10.11606/issn.2448-1769.mag.2019.174057
Subject(s) - art , humanities , philosophy
Em Cartas a um jovem poeta, Rainer Maria Rilke aconselha seu remetente, o jovem poeta Franz Xaver Kappus, a não buscar nas exterioridades o valor do seu trabalho. Se efetivamente escrever era uma necessidade para ele, o escritor o aconselha a procurar em si mesmo as razões: “Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever?” (Rilke, 2013, p. 22). Mais adiante, Rilke também sugere que ele deve “fugir dos motivos gerais para aqueles que a sua própria existência cotidiana lhe oferece” (idem, p. 23). Este parece ser o caminho que a escritora gaúcha Angélica Freitas seguiu ao publicar seu primeiro livro – Rilke Shake – em 2007. Jornalista de formação (UFRGS), não encontrou na rotina da profissão o tipo de escrita a qual almejava cultivar. Somente quando abandonou o jornalismo pôde se dedicar integralmente à literatura, sonho que a acompanhava desde a infância.