Realismo Literário e Experiência Moderna no início do século XX: reflexões a partir da obra proustiana

o presente artigo busca problematizar o romance A la recherche du temps perdu, obra do escritor francês Marcel Proust (1871-1922) publicada originalmente em Paris entre 1913 e 1927. A abordagem aqui proposta busca discutir alguns elementos do que podemos chamar de realismo desta obra, tentando fazer um diálogo com questões que foram importantes para a modernidade no início do século XX. Partindo da deflagração  da crise de identidade e identificação como elemento importante neste contexto, o trabalho analisa como a obra proustiana buscou analisar e também construir ideais para sua respectiva superação. Neste sentido, o reencontro de si pela reminiscência parece ter sido importante, e inclusive sugere a forma pela qual o romance proustiano tentou conciliar as realidades externa e subjetiva, entre tempo físico e temporalidade vivida. Por fim, o artigo busca apontar como a noção de memória involuntária funciona como sinal de realismo, indicando através da leitura da obra de Marcel Proust e de alguns exemplos de sua recepção para a atenção grande neste conjuntura às dimensões temporaris das estruturas e processos que formariam uma realidade supostamente mais profunda.