
Clinâmen, eidôlon e o infinitesimal
Author(s) -
Ana Elisa Antunes Viviani
Publication year - 2019
Publication title -
intelligere
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2447-9020
DOI - 10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2019.159525
Subject(s) - philosophy , infinitesimal , humanities , mathematics , mathematical analysis
Para os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari a ciência nômade é um modelo que corre às margens dos paradigmas científicos tradicionais, identificados por eles como ciência de Estado. É como ciência nômade que compreendemos a trajetória empreendida pelo pensador francês Michel Serres e sua leitura da obra de Lucrécio, seguidor da filosofia epicurista e considerado um dos pais da física. Para Serres, é por meio dos conceitos de clinâmen, que explica a formação dos turbilhões e espirais, de eidôlon, sobre o qual se delineia uma razão engendrada pela percepção, e do cálculo infinitesimal, que se esboça um outro modelo de ciência. É nos caminhos das curvas e na fluidez da água que podemos encontrar explicações para o mundo, em contraposição à ciência moderna, baseada na suposição de um mundo estático e em equilíbrio. Diante disso, é necessário perguntar: é possível conciliar essa ciência nômade com a chamada ciência de dados, o Big Data, que por meio de algoritmos pretendem tornar previsíveis e padronizáveis os comportamentos humanos, tão incertos e fluidos?