
DESCARTES E ELISABETH
Author(s) -
Rafael Teruel Coelho
Publication year - 2020
Publication title -
cadernos espinosanos/cadernos espinosanos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2447-9012
pISSN - 1413-6651
DOI - 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2020.172937
Subject(s) - philosophy , humanities , epistemology
O “problema das ações voluntárias”, tradicionalmente conhecido como o “problema da união substancial”, é uma das questões mais controversas da doutrina cartesiana. Trata-se de buscar compreender o modo como a alma, sendo apenas uma substância imaterial, cuja natureza consiste unicamente em pensar, poderia determinar os espíritos animais a realizar ações voluntárias. O modus operandi, a partir do qual Descartes pretendeu explicar como a substância pensante determinaria os movimentos da glândula pineal (e, consequentemente, o dos espíritos animais), é o que incomodou fortemente Elisabeth da Boêmia. Neste artigo, apresentaremos os aspectos centrais das respostas de Descartes ao problema levantado pela princesa, sobretudo ao tentar mostrar que ele é insolúvel, pois, de acordo com o filósofo, trata-se de uma questão mal formulada. Sendo assim, em sua correspondência com Elisabeth, o papel do filósofo circunscreve-se a identificar e esclarecer equívocos, o que, certamente, não satisfizera o gênio filosófico de Elisabeth.