z-logo
open-access-imgOpen Access
Imitação e emulação nas letras luso-brasileiras: Francisco Rodrigues Lobo, Gregório de Matos e Guerra e Tomás Pinto Brandão
Author(s) -
Marcello Moreira
Publication year - 2018
Publication title -
teresa
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2447-8997
pISSN - 1517-9737
DOI - 10.11606/issn.2447-8997.teresa.2018.150755
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O artigo tem como objetivo analisar as relações entre dois princípios que estão na base do fazer poético dos séculos XVI e XVII, "imitação" e "emulação". No que concerne ao primeiro deles, lê-se novamente a Poética de Aristóteles com a finalidade de demonstrar que a mimese, conquanto seja imitação de ação, é, sobretudo, imitação de afecções ou de estados patéticos. A voz que enuncia, nos vários gêneros poéticos, não é a do indivíduo poeta, mas a de uma persona que finge estados patéticos. Leitores dos poemas nos dias de hoje creem haver "expressão" ou “sinceridade" no que leem, sem se aperceberem de que tudo é efeito da aplicação de técnicas discursivas, gramaticais, poéticas e retóricas. A emulação, como reconhecimento de carência e desejo de superá-la, é emulação principalmente do que é mais excelente, ou seja, de caracteres e seus feitos; em poesia, é tentativa de imitação e superação de discursos modelares, apropriação, por conseguinte, de estados patéticos já figurados de acordo com convenções de gênero. A emulação é imitação de imitação e é esse caráter produtivo da mimese aristotélica nos séculos XVI e XVII que tentaremos tornar evidente neste estudo.   

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here