
Como narrar o banal? – Jacques le fataliste sem destino e sem juízo final
Author(s) -
André Luiz Barros
Publication year - 2015
Publication title -
discurso
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2318-8863
pISSN - 0103-328X
DOI - 10.11606/issn.2318-8863.discurso.2015.102544
Subject(s) - humanities , philosophy , art , romance , literature
Procuramos mostrar que conceitos enunciados pelo Diderot dos escritos teórico-críticos, como o Paradoxe sur le comédien ou a Entretien entre d’Alembert et Diderot, ajudam a esclarecer a complexa figuração do romance Jacques le fataliste et son maître. Essa última constituiria uma espécie de tratado sobre a própria mimese e a possibilidade de narrar em momento de mutação cultural ampla.Trata-se de perceber como o novo foco na consciência individual como base do romance, e a estrutura do “pergaminho já escrito nos céus” integra uma nova forma narrativa em que a onisciência e a impotência individual interagem paradoxalmente. Essa estrutura complexa aponta para um vazio da mimese, em que o narrar não tem mais as balizas nem do destino mitológico, nem da seta teleológica do juízo final, restando a ele tratar do aqui-e-agora banal e arriscado do agir.