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Os essencialismos de gênero pelo viés da ironia
Author(s) -
Thaís Batista Rosa Moreira
Publication year - 2019
Publication title -
epígrafe
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2318-8855
DOI - 10.11606/issn.2318-8855.v7i7p55-81
Subject(s) - humanities , political science , art , philosophy
O começo do século XX, permeado por diversos movimentos políticos no contexto brasileiro, bem como internacional, foi um momento chave para a articulação das pautas feministas de emancipação e reivindicação de direitos. No Brasil, a questão ganhou evidência principalmente após a proposta de emenda constitucional favorável ao sufrágio em 1917, além da criação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino em 1922. Ações como essas despertaram diversos posicionamentos contrários na opinião pública, que se utilizou de diferentes linguagens para deslegitimar as demandas feministas. A proposta desse artigo é analisar manejos de ideias essencialistas de gênero para defender posicionamentos antifeministas e antissufragistas em publicações especificamente veiculadas entre 1919 e 1931 em revistas ilustradas humorísticas de grande tiragem na cidade do Rio de Janeiro. Dentre caricaturas e anedotas, algumas edições das revistas O Malho e Careta trouxeram o tema do emancipação feminina e do sufrágio de forma satírica ao público leitor. Propomos a hipótese de que esse setor da imprensa, em especial, teve papel de destaque como porta-voz das críticas ao movimento sufragista-feminista. Para isso, traçamos uma reflexão sobre como operaram os discursos humorísticos e seus propósitos como linguagem para criticar as(os) militantes dos direitos políticos para mulheres no período em questão.