
Distintos usos da monumentalidade por Augusto
Author(s) -
Giovanni Pando Bueno
Publication year - 2019
Publication title -
epígrafe
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2318-8855
DOI - 10.11606/issn.2318-8855.v7i7p131-160
Subject(s) - humanities , art
Este artigo se propõe a fazer uma análise comparativa entre dois distintos edifícios erguidos por Augusto, primeiro princeps de Roma, ao longo de sua vida política. O primeiro deles é seu mausoléu, cuja construção fora ordenada próxima ao ano de 31 a.C., enquanto o segundo corresponde ao templo dedico à paz augustana, conhecido como Ara Pacis Augustae, finalizado em 9 a.C.. Apesar possuírem funções muito distintas, estes dois edifícios se localizavam próximos – ambos no Campo de Marte –, além de serem tomados como obras oficiais, no momento em que foram encomendados pelo que viria a se tornar a família imperial e tiveram a aprovação senatorial – o que os torna passíveis de comparação. A partir de uma abordagem topográfica, que flerta com as recentes teorias da imagem, consideraremos a visualidade como portadora de uma agência social específica, promovendo a iconografia presente nesses prédios (juntamente com o próprio edifício em sua totalidade, tomado aqui como uma imagem em si) a agentes forjadores de dois projetos políticos diferentes: o primeiro mais ligado à crise republicana e o segundo ao Principado. Na chave da análise iconográfica, veremos como as diferenças entre essas duas concepções de monumentalidade puderam corroborar para a transformação política guiada por Augusto na virada do milênio.