
Interação entre magmas graníticos e a origem de epissienitos potássicos estaníferos do granito Madeira, mina Pitinga, Amazonas
Author(s) -
Régis Munhoz Krás Borges,
Sulsiene Machado de Souza Gaia,
Hilton Túlio Costi,
Cláudio Nery Lamarão,
Gisele Tavares Marques
Publication year - 2018
Publication title -
geologia usp. série científica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.237
H-Index - 21
eISSN - 2316-9095
pISSN - 1519-874X
DOI - 10.11606/issn.2316-9095.v18-135161
Subject(s) - geology , humanities , art
O estudo petrográfico de amostras da zona de contato entre as fácies albita-granito de borda e feldspato alcalino-granito hipersolvus porfirítico, na borda oeste do plúton Madeira, identificou rochas com características texturais e composicionais herdadas das duas fácies. Tal feição é interpretada como um processo de interação entre os dois magmas graníticos, colocados e cristalizados contemporaneamente. Em condições subsolidus, fluidos hidrotermais causaram alteração potássica pervasiva, ou epissienitização, caracterizada pela dissolução de quartzo das fácies graníticas, gerando cavidades e aumentando a permeabilidade das rochas alteradas. Paralelamente, a albita da fácies de borda do albita-granito foi desestabilizada e substituída por microclínio hidrotermal e, nos estágios mais tardios, as cavidades foram preenchidas por quartzo, microclínio, fluorita, hematita, cassiterita, fengita, clorita, pirita, esfalerita, galena e calcopirita. Os epissienitos potássicos são rochas de coloração vermelha escura a marrom, granulação fina a média, ricas em microclínio hidrotermal, apresentando-se ora porosas, ora com cavidades preenchidas por quartzo e sulfetos. A cassiterita das rochas epissienitizadas é mais pura e relativamente mais pobre em Nb do que aquela presente no albita-granito magmático. Os fluidos que desencadearam a epissienitização devem ter sido oxidados, ricos em K, alcalinos e subsaturados em sílica. Propõem-se duas hipóteses para a sua origem: 1) por separação de uma fase fluida a partir do líquido magmático formador do granito hipersolvus; 2) pela ação do mesmo fluido que desencadeou o processo de autometassomatismo do albita-granito de núcleo, gerando sua fácies de borda.