
Geologia e petrologia do Granito São Vicente na região do Parque Estadual Águas Quentes, estado de Mato Grosso, Brasil
Author(s) -
Giulia Barbosa Trivelli Guimarães,
Ronaldo Pierosan,
Amarildo Salina Ruiz
Publication year - 1917
Publication title -
geologia usp. série científica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.237
H-Index - 21
eISSN - 2316-9095
pISSN - 1519-874X
DOI - 10.11606/issn.2316-9095.v17-426
Subject(s) - humanities , geology , physics , philosophy
A análise petrogenética das rochas hipabissais do Granito São Vicente na região do Parque Estadual Águas Quentes permitiu o reconhecimento e a caracterização de distintas fácies. A partir de critérios petrográficos, foram individualizadas quatro fácies, todas de natureza isotrópica: sienogranito grosso (textura equigranular a inequigranular, leucocrática); aplito porfirítico (textura inequigranular fina a média com fenocristais, leucocrática, sienogranítica); microgranito (textura microporfirítica com microfenocristais em matriz fanerítica muito fina, textura micrográfica frequente, sienogranítica); e riolito porfirítico (textura porfirítica e glomeroporfirítica em matriz afanítica a fanerítica muito fina). As fácies aplito porfirítico e microgranito são características de cúpulas graníticas epizonais. A fácies riolito porfirítico tem relação com diques hipabissais. O padrão de distribuição dos elementos terras raras (ETRs) indica um forte fracionamento de ETRs leves, com razões LaN/SmN médias de 7,87, anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* ~0,38) e enriquecimento de ETRs pesados, expressos por razões GdN/YbN menores que a unidade (~0,82). A distribuição dos elementos em diagramas binários e as anomalias negativas em diagramas multielementos indicam atuação de processos de cristalização fracionada de fases minerais como plagioclásio, biotita, apatita e zircão para as fácies sienogranito e aplito. Análises U-Pb SHRIMP em zircão mostram idade de 528 ± 4 Ma para o riolito porfirítico, considerada idade de cristalização magmática. Sugere-se que o magma que gerou as rochas plutônicas e hipabissais do Granito São Vicente na região estudada pode ter se originado por um componente de fontes litosféricas previamente afetadas por subducção ou por fontes crustais, com contribuição de fontes astenosféricas como outro componente importante.