
Sexual Diversity
Author(s) -
Carmita H. N. Abdo
Publication year - 2016
Publication title -
revista cultura e extensão usp
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-9060
pISSN - 2175-6805
DOI - 10.11606/issn.2316-9060.v15i0p19-28
Subject(s) - sexual behavior , humanities , philosophy , sociology , psychology , social psychology
As mudanças no campo da sexualidade, durante o século XX, caracterizaram-se pela influência da tecnologia, por progressos na área da Sociologia, Pedagogia e pelo advento da psicanálise. Pesquisas sobre o comportamento sexual representaram ruptura com estudos da sexologia clínica. As palavras sexo e gênero foram, e ainda são, utilizadas como sinônimos, embora pertencer a determinado sexo signifique ser homem ou mulher, biologicamente, enquanto gênero define o masculino e o feminino, do ponto de vista comportamental e psicológico. Por outro lado, o comportamento de gênero assume diferentes significados, conforme a cultura em que se insere. A expressão da sexualidade, mais do que se manifestar por diferentes heranças biológicas, também se constitui num meio de confirmação de regras sociais, o que lhe credita caráter ideológico. Técnicas de imagem cerebral ampliaram o conhecimento das diferenças do cérebro masculino e feminino. Estudos demonstraram que influências associadas ao sexo se dão em vários níveis do sistema nervoso, do genético ao comportamental, resultando em distintas organizações cerebrais, masculina e feminina, dissociadas dos estereótipos. O legado de tais mudanças é sem precedentes para a civilização ocidental. Perplexidade, estigmatização, mapeamentos cerebrais e classificações diagnósticas ainda são as respostas mais frequentes a este turbilhão de orientações, identidades e preferências sexuais. Este artigo se propõe a debater o tema diversidade sexual, provocando uma reflexão sobre a força do sociocultural que se contrapõe às evidências da biotecnologia