
Se Chico Buarque numa noite de inverno... Apologia do plágio em Budapeste
Author(s) -
Luca Bacchini
Publication year - 2016
Publication title -
revista do instituto de estudos brasileiros
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-901X
pISSN - 0020-3874
DOI - 10.11606/issn.2316-901x.v0i63p17-41
Subject(s) - art , humanities , romance , literature
A obra de Chico Buarque, considerada em todas as variedades de suas expressões, revela desde sempre a peculiar capacidade de tecer um intenso diálogo com as obras de outros autores. Obviamente, dependendo da perspectiva crítica, tal característica pode ser enaltecida como admirável vocação à intertextualidade ou, pelo contrário, estigmatizada como desdenhável propensão ao plágio. A partir de uma leitura comparada entre o seu terceiro romance, Budapeste (2006), e Se um viajante numa noite de inverno (1979), de Italo Calvino, pretendo propor uma reflexão sobre a ideia de plágio, evidenciando como o diálogo descontrolado e imprevisível entre livros, escritores e leitores seja um dos recursos mais preciosos e misteriosos da literatura.