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Leonardo Sciascia e a verdade impronunciável
Author(s) -
Gisele Palmieri
Publication year - 2020
Publication title -
revista de italianística
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2238-8281
pISSN - 1413-2079
DOI - 10.11606/issn.2238-8281.i41p69-83
Subject(s) - humanities , philosophy , art
O presente artigo investiga as considerações do escritor siciliano Leonardo Sciascia a respeito da omertà, a “lei do silêncio”. A prática está, em sua origem, ligada ao modus operandi da malavita meridionale, embora também seja considerada um hábito cultural da sociedade siciliana. Encontramos críticas à omertà tanto em ensaios quanto em alguns romances do autor, como Il giorno della civetta (1961), A ciascuno il suo (1967) e Il contesto (1971). Estas menções podem indicar que essa prática foi uma importante preocupação de Sciascia, embora tenha sido escassamente abordada em estudos sobre a sua obra. Acredita-se que o fato de o intelectual ser lembrado como o primeiro a abordar a máfia na literatura, de maneira não folclórica, associado à ausência de qualquer menção à palavra omertà nos romances citados, acabou por desviar o foco do silêncio vinculado à máfia, presente sutilmente em suas obras. Para Sciascia, a prática da omertà, além de garantir a impunidade da máfia, colocava o siciliano na incômoda posição de protetor dos mafiosos. Sendo assim, consideramos ser o silêncio sobre a máfia (e não o silêncio da máfia) a maior acusação feita pelo escritor à sociedade siciliana.  

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