z-logo
open-access-imgOpen Access
Reminiscências da Antropofagia oswaldiana
Author(s) -
Renato Xavier
Publication year - 2019
Publication title -
leviathan
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2237-4485
DOI - 10.11606/issn.2237-4485.lev.2017.150302
Subject(s) - manifesto , humanities , art , political science , law
O Manifesto Antropófago de 1928 é o mais radical manifesto cultural e político do início do século XX no Brasil. Oswald Andrade lança mão, a partir da ideia de antropofagia, de uma visão crítica acerca da herança cultural ocidental, cuja oposição está diretamente relacionada à ideia de cópia da cultura estrangeira em detrimento da cultura nacional, o binômio cópia/original. No Manifesto, Oswald explora a noção antropofágica como metáfora para a transformação da cultura ocidental: deglutir o que vem de fora e transformar em algo totalmente novo; absorver o inimigo sacro; escapar às dicotomias nacional/estrangeiro, escola/floresta. A popularização da antropofagia oswaldiana só aconteceu a partir da década de 1950, reunindo o concretismo dos irmãos Campos, o Cinema Novo de Glauber Rocha, o Teatro Oficina de José Celso Martins Corrêa, as artes plásticas de Hélio Oiticica, até desembocar finalmente no mais popular desses movimentos: a tropicália de Caetano Veloso e Gilberto Gil. O objetivo deste artigo é explorar o pensamento antropofágico de Oswald de Andrade na cena artístico-cultural brasileira desde o Manifesto Antropofágico até o Movimento Tropicalista, bem como levantar indícios do pensamento oswaldiano no debate político-cultural latino-americano da atualidade.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here