
Homens da Montanha: Cristãos Novos e a Ocupação do Interior Brasileiro
Author(s) -
Daniela Tonello Levy
Publication year - 2021
Publication title -
cadernos de língua e literatura hebraica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-8051
pISSN - 1415-7977
DOI - 10.11606/issn.2179-0892.cllh.2018.171491
Subject(s) - humanities , political science , art
Judeus Sefaraditas, descendentes dos convertidos em 1497, foram os pioneiros na descoberta do ouro e diamantes na América portuguesa. A instituição do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, trouxe drásticas consequências para a vida Ibérica, que a longo prazo arruinaram o comércio português, fazendo emigrar do Reino os mais prestigiosos elementos, prejudicando por muitos anos a produção nacional, destruindo famílias e negócios. A cultura judaica, florescente na Península Ibérica até o século XV, apagou-se, e Portugal submergiu nas trevas da ignorância. Em São Paulo, os cristãos novos estiveram entre os desbravadores do sertão brasileiro, ultrapassando os limites do Tratado de Tordesilhas. Os habitantes da então inóspita Vila de São Paulo de Piratininga eram considerados inimigos da Espanha, por suas incursões ao sertão em busca de oportunidades econômicas. No interior, lutaram contra às Missões jesuíticas, a vida selvagem, fome, sede e finalmente se tornaram os primeiros a encontrar ouro no Brasil. Foram os primeiros a abrir estradas e fundar as vilas do ouro. Um marrano, Garcia Rodrigues Paes, foi o responsável pela construção do “Caminho do comércio” que encurtava a distância entre o Rio de janeiro, principal porto e a Vila de Ouro Preto. Os sefaraditas acreditavam estar seguros, nas montanhas e no interior do Brasil, mas a Inquisição formou uma rede de espiões encarregados de espionar e prender os cristãos novos.