
Os processos de elisão e degeminação no português de São Tomé e Príncipe
Author(s) -
Amanda Macedo Balduino,
Manuele Bandeira,
Shirley Freitas
Publication year - 2017
Publication title -
filologia e linguística portuguesa
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-9419
pISSN - 1517-4530
DOI - 10.11606/issn.2176-9419.v19i1p163-197
Subject(s) - humanities , philosophy
A República de São Tomé e Príncipe é um país multilíngue, onde são faladas línguas crioulas, como o lung’ie, o santome e o angolar, além do português, língua oficial desde 1975. Assume-se que o português santomense (PS) é caracterizado pela nativização de uma L2 (segunda língua) em uma L1 (primeira língua ou língua nativa). Dessa forma, adquirido em um primeiro momento como L2, o português é transmitido como input para as gerações mais novas, consolidando-se posteriormente como L1 (Gonçalves, 2010). Essa transição pode suscitar mudanças e adaptações estruturais que, em conjunto com o contexto de contínuo contato interlinguístico, despertam a possibilidade de afastamento do PS das demais variedades do idioma, nomeadamente o português europeu (PE) e o português brasileiro (PB). Baseado na análise de um corpus naturalístico, o objetivo deste estudo é verificar a existência dos processos de elisão e degeminação no PS e descrevê-los analiticamente. Em decorrência de uma limitação de dados, bem como por uma questão de recorte metodológico, não abarcaremos a ditongação, preferindo focar nos processos mencionados. O estudo dos dados demonstrou que ambos processos de fato ocorrem em PS. Em geral, a contraposição da análise dedicada ao PS com os resultados já obtidos para o PB indica que, ao mesmo tempo que tais variedades se aproximam, ao apresentarem contextos segmentais e suprassegmentais de aplicação semelhantes, o PS demonstra, também, características singulares.