
O ensino de História na Ditadura Civil-Militar com a institucionalização dos Estudos Sociais
Author(s) -
Iêda Viana
Publication year - 2014
Publication title -
plural
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2176-8099
DOI - 10.11606/issn.2176-8099.pcso.2014.83616
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
O artigo se refere ao contexto da Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985) e às implicações da Lei 5.692/71 no ensino brasileiro, especialmente com relação à disciplina escolar História, que passa a ser integrada a uma área de ensino, junto com a Geografia, qual seja Estudos Sociais, pelo Decreto 853/71. O foco da análise foram as práticas escolares da área de Estudos Sociais, com o intuito de dar inteligibilidade a movimentos realizados no interior de algumas escolas municipais de Curitiba, procurando deslocar o olhar do lugar próprio (campo político) para o lugar praticad o (campo escolar), investigando as reações dos professores municipais diante das diretrizes educacionais, na perspectiva certeauniana (1994), que recusa a visão dos indivíduos como meros consumidores de bens culturais. Como objeto específico da investigação tomou-se a institucionalização dos Estudos Sociais naquelas escolas, por meio de um projeto alternativo ao oficial, o Projeto de Estudos Sociais a partir da longa duração (1975-1985), fundamentado na historiografia francesa, que privilegiava a interdisciplinaridade, entre outros aspectos, o que contribuiu para a legitimação daquele projeto de integração de algumas áreas do conhecimento. A história oral e relatórios institucionais e escolares serviram de aporte metodológico para a pesquisa, cujos resultados revelam que nem sempre as estratégias políticas do regime militar foram cumpridas fielmente, havendo, no campo educacional, por exemplo, uma margem de negociação e resistência que permitiu aos educadores enfrentarem esse período por meio de variadas táticas.