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Patogênese da encefalopatia hepática
Author(s) -
João Quevedo,
Olavo B. Amaral,
Roger Walz,
Flávio Kapczinski
Publication year - 1999
Publication title -
medicina
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-7262
pISSN - 0076-6046
DOI - 10.11606/issn.2176-7262.v32i1p82-96
Subject(s) - humanities , medicine , physics , philosophy
A encefalopatia hepática (EH) é uma síndrome multifatorial, na qual a função do sistema nervoso central está alterada devido às conseqüências metabólicas da disfunção hepática. Os dois principais componentes das doenças hepáticas que levam à EH são a diminuição no número de hepatócitos funcionantes e o rearranjo vascular, que leva à diminuição na fração de sangue, efetivamente detoxificado pelo fígado. Os sintomas da EH podem variar de déficits cognitivos leves até o coma profundo. Algum grau de morte neuronal pode ser observado em pacientes com EH, como conseqüência da cirrose hepática, ou, na EH avançada, da presença de edema cerebral. No entanto, a maior parte da síndrome neurológica é reversível com a compensação da doença hepática. A etiologia da EH não é totalmente conhecida e trata-se, provavelmente, de um processo multifatorial. Inicialmente, as teorias apontavam para o acúmulo de neurotoxinas que prejudicariam a função neuronal. Mais recentemente, anormalidades em vários sistemas de neurotransmissão foram propostos como causas potencias da EH como, por exemplo, o aumento observado na neurotransmissão GABAérgica. Existe evidência de que este aumento esteja relacionado com o aumento da potenciação GABAérgica por substâncias de ação similar aos benzodiazepínicos, as quais se encontram aumentadas na EH. Com esta evidência em mente, foi tentada a terapia desta síndrome com flumazenil, um antagonista benzodiazepínico, o qual tem mostrado eficácia clínica em uma porcentagem variável de pacientes em estudos recentes. No entanto, ainda não há evidências conclusivas para sustentar uma relação causal entre o aumento de ligantes ao receptor de benzodiazepínicos e os sintomas da EH. É possível que esta relação exista em alguns, mas não em todos os pacientes com esta síndrome.

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