z-logo
open-access-imgOpen Access
OS DIÁLOGOS INTERARTÍSTICOS DA POESIA SEGUNDO FERNANDO PESSOA
Author(s) -
Rosa María Martelo
Publication year - 2016
Publication title -
revista desassossego
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2175-3180
DOI - 10.11606/issn.2175-3180.v7i14p125-139
Subject(s) - humanities , art
Para Fernando Pessoa, a literatura sensacionista deveria “ser a fusão de todas as artes”, proporcionando, em si mesma e sincreticamente, todas as sensações que as outras artes trabalham e dão a conhecer. Sensações associadas a artes tão díspares quanto a dança, o canto, a representação, e também a pintura, a escultura, a arquitectura e a música poderiam ser integradas pela literatura porque – dizia Pessoa – esta “contém tudo quanto essas artes dão às criaturas inferiores, mas transcendentaliza-as pela ideia para uso da aristocracia doente e completa que a nossa hiper-civilização produziu” (cf. Sensacionismo e outros ismos, 2009: 77). Conceber deste modo a literatura, particularmente a poesia, como uma arte de síntese estética destinada a uma hiper-civilização, envolveu uma vasta experimentação ao nível da visualidade no discurso verbal, da plasticidade e rapidez da imagem, da estrutura e do ritmo; e essa experimentação foi certamente bem menos autonomizável de diálogos interartísticos do que Pessoa sugere. Como devemos então ler a presença das outras artes na poética sensacionista e de que modo esta dialoga com outras poéticas de Orpheu? Tentarei equacionar algumas possíveis respostas para estas questões, auscultando a existência de uma espécie de diálogo interartístico sob rasura no sensacionismo pessoano.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here