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Voltando a Baudelaire, <i>"Les Chats"</i> [Os Gatos]
Author(s) -
Claude Zilberberg
Publication year - 2016
Publication title -
estudos semióticos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1980-4016
DOI - 10.11606/issn.1980-4016.esse.2016.127610
Subject(s) - humanities , philosophy , art
A hipótese tensiva, ao postular a centralidade do affeto na economia geral da geração do sentido, assinala as composições pertinentes nas quais se combinam, no entrecruzamento do sensível e do inteligível, uma valência intensiva (forte vs. fraco) e uma valência extensiva (concentrado vs. difuso). Na década de 1960, o soneto "Les Chats" [Os Gatos] de Charles Baudelaire (Les Fleurs du mal) foi objeto de uma análise, desde então clássica, empreendida por Roman Jakobson e Claude Lévi-Strauss, em que se esclarecia a virtude heurística da tensão entre a metonímia e a metáfora. Embora a interpretação desses mestres tenha conservado todo seu alcance, sob muitos aspectos exemplar, é possível acrescentar-lhe outras leituras. Desejamos demonstrar, em nossa própria escala, que o singular devir desse poema procede da tensão entre os valores de absoluto (forte intensidade e extensidade concentrada) e os valores de universo (fraca intensidade e extensidade difusa). Essas composições podem ser vistas como as resultantes respectivas das operações de triagem e de mistura. Para falar com maior precisão, esse patamar de análise de "Os Gatos" mostra uma conversão axiológica, de tal forma que os valores de absoluto, predominantes nos tercetos, vêm substituir os valores de universo prevalecentes nas quadras.

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