Manifestações clínicas e laboratoriais do novo coronavírus (COVID-19) em gestantes e análise do possível risco de transmissão vertical intrauterina: uma revisão sistemática

Os números da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) ultrapassaram os outros membros da família Coronaviridae acumulando até o presente, mais de 24 milhões de casos da doença. O conhecimento adquirido pelos surtos anteriores sugere que gestantes e seus fetos são mais suscetíveis a prognósticos indesejáveis. Dessa forma, a presente revisão sistemática tem como objetivo avaliar as principais manifestações da infecção pelo vírus SARS-CoV-2 em gestantes e a possibilidade de transmissão vertical. Para isso, incluiu manuscritos que, ao todo, apresentavam dados de 205 gestantes e 76 neonatos. Entre os resultados, foi evidenciado que os sintomas apresentados pelas gestantes eram os mesmos que pacientes não grávidas, assim como as alterações laboratoriais, como linfopenia e a opacidade em vidro-fosco na tomografia computadorizada. No total, foram realizadas 163 cesáreas com a indicação de estado respiratório comprometido, com óbito de apenas uma paciente. Em relação aos resultados dos testes do novo coronavírus em neonatos, apenas um neonato, com seu estudo publicado em julho de 2020, encaixou-se nos critérios diagnósticos de infecção congênita por SARS-CoV-2. Os outros 5 neonatos que se apresentaram positivo logo após o nascimento, não apresentavam os testes corretos e o risco de infecção durante o parto nas primeiras horas não foi descartado. Dessa forma, estudos são necessários para embasar o exato risco de transmissão vertical, avaliando a influência da carga viral materna e outros dados como a idade gestacional de maior risco para a transmissão.